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Se ser pai ou mãe não é fácil, uma boa quota parte da dificuldade prende-se pelo facto de, na maioria do tempo, estarmos mesmo MUITO cansados. Cansados de fazer jantares, dar banhos, fazer de motorista, ir às compras, arrumar a casa, brincar com as crianças, somando, claro está, tudo isto às nossas tarefas e responsabilidades profissionais.
No meio de todos estes afazeres é normal, e muitas vezes confortável, esquecermo-nos de nós como ser individual e elemento de um casal, afundando-nos no “sofá da vida” e deixando para amanhã a tomada de decisão e as ações que fariam de nós pessoas realmente importantes na nossa vida.
Mas então que exemplo estamos a dar aos nossos filhos e filhas?
Que mensagem passamos às nossas crianças quando nos colocamos em último lugar na nossa lista de prioridades?
Primeiro, que o seu pai ou a sua mãe não são suficientemente importantes para dispensarem tempo e atenção ao seu bem estar e à felicidade do casal. Segundo, que os seus Pais estão sempre disponíveis para a satisfação das suas necessidades, sejam elas quais forem, correndo-se o risco de os nossos filhos e filhas passarem a olhar para nós como meros providenciadores de cuidados e serviços. São estes os Pais que, mais tarde, proferirão frases do género: ”Depois de tudo o que eu fiz por ti!” ou “Demos-te os melhores anos das nossas vidas e agora fazes-nos isto!”, tentando recuperar através da culpa o amor que julgam ser seu por direito.
É por tudo isto vital aprendermos a tomar conta de nós mesmos e da relação de casal, pois só assim podemos ser mais felizes ao mesmo tempo que educamos pelo exemplo – a melhor forma de educar. Os nossos filhos precisam que sejamos saudáveis, realizados e felizes, para eles próprios também o poderem ser.
Seguem-se algumas sugestões para os Pais que querem ser (ainda) mais felizes:
Faz este mês de março 2 anos que me iniciei nesta aventura da Peças de Família.
Poderia enumerar variadíssimas razões que estiveram na origem deste projeto, todas elas muito pomposas e altruístas, mas não o vou fazer. Vou ser totalmente honesta convosco e revelar que a Peças de Família surgiu por necessidade. A MINHA necessidade de saber mais sobre todas as questões ligadas à parentalidade, tendo por trás uma única razão – o facto de ter sido mãe. Pesquisei, estudei, fiz formação e li muito sobre este tema, porque sempre acreditei que saber é poder e porque queria fazer mais e melhor neste meu novo papel, e quando dei por mim a minha necessidade tornou-se na minha mais recente paixão - a Educação Parental.
Não sendo um exclusivo da Peças de Família, que também atua na forma de consultas de terapia familiar e de casal, a Educação Parental e, principalmente, os Workshops sobre o exercício de uma Parentalidade Positiva, têm trazido à minha vida muitas coisas novas. Umas muito boas e outras, digamos que, mais desafiantes…
Começando pelas segundas, a constatação da (ainda) resistência por parte dos Pais em acreditar que educar se ensina. Que não se ensina a amar, é certo, mas que se ensina a comunicar melhor, a expressarmo-nos mais adequadamente mas, sobretudo, que se ensinam estratégias que auxiliam os pais a estabelecerem relações mais confiantes, mais gratificantes com os seus filhos, logo mais felizes.
Por outro lado, o maior e melhor, tenho aprendido IMENSO, menos com os livros e nas formações, mais com o contacto com os Pais. Tenho aprendido técnicas e dicas valiosíssimas, estratégias práticas e criativas, soluções alternativas, mas, principalmente, tenho aprendido que isto de ser Pai e Mãe é único e incomparável e que a partilha entre Pais é a melhor forma de ganharmos a sensação de que não estamos, nem temos de estar, sozinhos na exigente tarefa de educar os nossos filhos. Aprendi que, é através da troca de experiências, dúvidas, angústias e medos que crescemos, que olhamos para nós e para os outros com mais clareza, mais sabedoria e com mais esperança…
Muito obrigada a todos por TUDO.
Manuela Silveira – Peças de Família