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Como comunicar positiva e eficazmente com os seus filhos

por Peças de Família, em 04.07.16

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Uma comunicação eficaz está na base de uma relação equilibrada e saudável, revestindo-se de maior importância quando falamos da relação entre Pais e Filhos. É através da comunicação que expressamos aos outros o que queremos, o que sentimos, o que não gostamos, o que precisamos e é graças a ela que podemos atingir a sensação de que somos plenamente compreendidos e respeitados.


Porque é que ele não me ouve?”, “Não liga nada ao que eu lhe digo!” ouTenho que repetir a mesma coisa mil vezes!”, são frases que surgem recorrentemente no discurso de Pais e Mães, de crianças ou adolescentes, como reflexo da dificuldade que muitas vezes sentimos em chegar aos nossos filhos através das palavras.

 

Ora se os nossos filhos não nos escutam, não falam connosco ou a muito custo cumprem as ordens que lhes damos é porque algo está mal na forma como comunicamos uns com os outros. Talvez aquilo que dizemos, ou como o dizemos, não traduza correctamente o que realmente queremos expressar, resultando no incumprimento de uma regra ou ordem, ou mais grave ainda, influenciando negativamente a relação que estamos a estabelecer com os nossos filhos.

 

Porque a forma como falamos é tão ou mais importante como o que falamos, seguem-se algumas estratégias facilitadoras de uma comunicação mais positiva e eficaz entre Pais/Filhos:

 

- Diga o que quer que o seu filho faça e não o que não quer

Sempre que a criança adoptar um comportamento desadequado, pense num comportamento alternativo desejável e formule estão a frase.

Em vez de dizer “Não faças tanto barulho.”, diga “Estás a incomodar-me com os teus gritos. Brinca sem fazeres tanto barulho.”

Em vez de dizer “Não deixes os teus brinquedos desarrumados.”, diga “ Gostava que arrumasses os teus brinquedos.”

 

- Não diga tantas vezes NÃO

O não talvez seja a palavra que mais usamos quando falamos com os nossos filhos. O não e o despacha-te.

Para dizermos mais vezes sim temos que ser mais flexíveis, estarmos abertos à negociação e, acima de tudo, sermos mais criativos para podermos dar alternativas ou escolhas aos nossos filhos. Como? Assim:

Em vez de dizer “Já te disse que hoje não há gelado para a sobremesa.”, diga “Hoje temos fruta para a sobremesa. Melancia ou pêssego. Tu escolhes.

Em vez de dizer “Agora não podes jogar no telemóvel.”, diga “Podemos fazer juntos um puzzle ou um desenho. O que preferes?”

 

- Reduza o número de ordens

Está provado que filhos de pais que recorrem excessivamente às ordens desenvolvem mais problemas de comportamento.

Para aumentar a colaboração e empatia dos nossos filhos para connosco é importante darmos alguma liberdade para que as crianças possam decidir certo tipo de coisas sozinhas, diminuído, ao mesmo tempo, o número de ordens que damos lá por casa.

Evite dar ordens relativamente a aspectos que considere que não são assim tão importantes, como por exemplo, qual a t-shirt que a criança deve vestir, com que jogo deve brincar, que desenho deve fazer, etc.

Não repita uma ordem quando o seu filho já a está a cumprir, como dizer “Veste-te.”, quando a criança já se está a vestir ou “Come.”, quando o seu filho já está a comer.

 

- Avise previamente que vai chegar o momento de cumprir uma acção

Porque a concepção temporal das crianças em muito difere da dos adultos, sendo muito fácil elas se perderem no tempo, sempre que possível prepare-as para a transição de uma acção, avisando-as previamente de que algo vai acontecer a seguir, principalmente se elas estiverem a fazer algo de que gostam.

Assim, alerte-as para que “Daqui a 5 minutos temos que ir tomar banho.” ou “Tens mais 10 minutos para brincar, porque depois temos que ir jantar.”, e não exija obediência imediata.

Quando o fizer, opte por estar junto da criança, evitando gritar a ordem numa outra divisão da casa, certificando-se assim de que a criança ouviu e entendeu o que lhe está a dizer.

 

- Dê ordens sem se zangar e sem ofender nem humilhar a criança

Mais vezes do que com certeza gostaríamos, porque estamos cansados, fartos ou irritados, acontece que ao chamarmos à atenção aos nossos filhos fazemos uso da crítica negativa, transformando um simples comentário num verdadeiro ataque à criança, resultando em frases do género “És mesmo irresponsável! Todos os dias tenho que te mandar fazer os TPCs” quando um simples “Não te vejo a fazer os TPCs.” bastaria.

Se desejamos comunicar positiva e eficazmente com os nossos filhos, é fundamental que estejamos muito atentos à forma como os chamamos à atenção para algo que está menos bem ou quando lhe damos uma ordem, sem ofender ou humilhar, expressando-nos de forma educada e respeitosa.

 

Boas Comunicações

 

Manuela Silveira

Peças de Família

 

 

 

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