por Peças de Família, em 26.09.14
Dando continuidade ao tema em destaque na Peças de Família, segue-se mais uma estratégia que os Pais podem usar para melhorarem a comunicação com as suas crianças e adolescentes.
3.º Não negue ou contrarie o que o/a seu/sua filho/a sente. ... Uma das questões mais importantes e desafiantes na relação comunicacional Pais – Filhos, prende-se com a expressão das emoções. Imagine a seguinte situação: O seu filho, por motivos de saúde, tem que levar uma injeção todas as semanas durante um mês. Apesar de saber que o pequeno tem pavor de agulhas, também sabe que a maior parte das vezes as injeções só doem um segundo. Hoje, depois de saírem do consultório, o seu filho queixa-se amargamente. Sabendo que a cena se repetirá durante as próximas semanas, você quer acabar rapidamente com aquilo e tenta minimizar a situação dizendo coisas do género: “Não chores. Também não dói assim tanto.” ; “Estás a fazer disto um bicho de sete cabeças” ; “O teu irmão nunca se queixa quando leva injeções.” ou ainda “Estás a portar-te como um bebé.”
A intenção que está por trás destas observações é boa, é certo, contudo, ela só piora a situação pois, além da criança não se sentir melhor com as palavras da mãe ela fica irritada por esta não reconhecer a sua dor. Quando compreendemos o que a criança sente, ajudamo-la imenso. Fazemo-la lidar com a sua realidade interior. E quando ela percebe essa realidade, arranja força para a suportar.
As suas palavras devem demonstrar que está mesmo a ouvir e que aceita o que a criança sente. Por exemplo: ”Isso deve ter doído” ; “Hum, foi mesmo mau.” ; “É daquelas dores que só desejas ao teu pior inimigo” ; “Não é fácil levar estas injeções todas as semanas. Aposto que vais ficar todo contente quando acabarem.”
As crianças não precisam que concordem com o que elas sentem; precisam que compreendam o que elas sentem.
Pense nisso.