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Já todos reparámos que o Mundo lá fora não é propriamente abundante em elogios: não somos elogiados pelo nosso superior quando chegamos a horas ao trabalho, não somos agraciados com um gesto de reconhecimento quando damos passagem a um peão na passadeira e, muito menos, recebemos uma palavra de agradecimento da parte do Ministério das Finanças por pagarmos os nossos impostos a tempo e horas. É como se os nossos esforços para fazermos as coisas bem fossem tomados como certos. Como se não fossem dignos de nota. Agora, experimentemos “sair da linha” para vermos o que nos acontece!
A maioria de nós é rápida a criticar, mas lenta a elogiar, não tendo esta regra exceção no que toca à forma como comunicamos com as nossas crianças. Pense comigo. Quantas vezes chama a atenção do seu filho por ele não pendurar o casaco ou arrumar os sapatos quando chega a casa? Muitas, dirá certamente. Agora, quantas vezes elogia o seu filho por ele ter por hábito pôr a mesa de boa vontade ou por lavar sempre os dentes sem reclamar? Poucas, constatará provavelmente.
Os Pais precisam de aprender a notar as caraterísticas positivas dos seus filhos, assim como dar o devido valor aos seus esforços para fazerem as coisas bem. E digo aprender, porque culturalmente não fomos “treinados” para fazermos sobressair o positivo nas pessoas, focando-nos muito mais no negativo, chegando-se ao ponto de se ouvir dizer que o elogio estraga.
Pois o elogio não estraga, não senhor. Estudos realizados demonstram que a falta de elogio e reconhecimento do comportamento adequado, essa sim, pode levar a um aumento do mau comportamento. Porquê? Porque se não reconhecermos o que as crianças fazem bem, elas têm tendência para chamar a nossa atenção negativa para o que fazem mal.
Assim, além de fortalecer a relação Pais-Filhos e reforçar a autoestima da criança, o elogio fornece motivação necessária para a manutenção do comportamento adequado, bem como, encorajamento para a aquisição de novas competências.
E isto não vale apenas para os nossos filhos. Serve também para todos nós.
Manuela Silveira