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As regras trazem-nos as orientações que nos permitem saber o que podemos ou devemos fazer e o que não podemos ou não devemos fazer, refletindo, no fundo, o que se espera de nós.
Se pensarmos como seria jogarmos um jogo de tabuleiro sem conhecermos as regras ou conduzirmos o nosso carro sem a existência do código da estrada, facilmente ficamos com uma ideia de como será para uma criança viver numa família onde não existem regras nem limites, que guiem e orientem o seu crescimento e desenvolvimento.
Numa casa onde não há regras, tudo pode acontecer! E isso é muito assustador!
Assim, tal como a existência de limites, uma definição clara e coerente das regras da família, traz consigo uma sensação de segurança e proteção para todos os seus elementos, e para as crianças em particular, introduzindo-se a previsibilidade no dia a dia da família. E é essa antecipação, o saber o que vai acontecer a seguir, que ajuda a que a criança se estruture cognitivamente e emocionalmente.
Por tudo isto, é extremamentte importante que, cada família, defina muito bem as suas regras, de acordo com as suas caraterísticas e dinâmica familiar, seguindo-se algumas orientações que podem auxiliar na elaboração das mesmas, aumentado a probabilidade de cumprimento por parte de todos:
Positivas – A regra deve de ser formulada na positiva. Assim, deve de enunciar o comportamento esperado e não o comportamento desadequado.
Exemplo: Na nossa família tratamo-nos com respeito e gentileza.
Em vez de: Na nossa família não se grita e não se bate.
Específicas – Ao estabelecermos as regras, devemos ser o mais específicos e o menos vagos possível, não deixando espaço para diferentes interpretações individuais da regra estabelecida.
Exemplo: Quando chegamos a casa, os casacos vão para o bengaleiro e os sapatos para a sapateira.
Em vez de: Os casacos e os sapatos devem de estar arrumados.
Curtas – As regras devem de ser curtas, para não corrermos o risco de nos dispersarmos.
Por todos e para todos – As regras da família devem de ser estabelecidas… em família. Crianças a partir dos 4 anos de idade devem de ser incluídas neste processo, pois aumentamos, assim, a probabilidade de cooperação de todos.
Porquê? Porque o ser humano vincula-se mais facilmente a algo do qual faz parte, e mais dificilmente a algo que lhe é imposto. E esta regra não tem exceção com as crianças.
Por outro lado, se as regras são estabelecidas em família, porque são de toda a família, os Pais não podem se excluir das mesmas (mesmo que não lhes agradem….
Assim, se, por exemplo, uma das regras é que à refeição todos os telemóveis estão desligados ou no silêncio, então TODOS os telemóveis estarão desligados ou no silêncio.
Adequadas - à idade da criança e à dinâmica familiar.
Visíveis – Após estabelecidas, a família poderá elaborar o Quadro das Regras da Família e colocá-lo num local visível da casa, por exemplo, na porta do frigorífico, para relembrar os mais distraídos...
Peças de Família
Manuela Silveira