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No arrancar do ano letivo, (re)iniciam-se rotinas, horários, tarefas e, também, muito tempo em família de volta dos tradicionais e frequentes trabalhos para casa (TPC).
Esta é uma questão polémica, que muitas vezes coloca pais e professores em lados opostos e que tem o seu peso nas escolas, mas, principalmente, nas famílias. Se pensarmos que após um exaustivo dia de trabalho, que é seguido de uma correria desenfreada para ir buscar as criança à escola, fazer compras, dar banhos e proceder aos preparativos para o jantar, os pais ainda têm que auxiliar (muitas vezes obrigar) os seus filhos a fazer contas, fichas, cópias e etc., em vez de aproveitar esses escassos momentos a realizar algo que dê prazer à família, conseguimos avaliar o quão “violenta” pode esta prática ser para toda a família.
Não desenvolvendo o quão poderá ser prejudicial para a relação Pais e Filhos a realização dos TPC, não só pelo tempo que rouba à família, mas principalmente porque os pais têm que assumir um papel que não é o deles e que não escolheram, vamos ver a questão pelos olhos da criança. Depois de passar um dia inteiro na escola a estudar e de, muitas vezes, frequentar as suas atividades extra –curriculares, a criança chega a casa cansada e agitada, tendo à sua espera os TPC para fazer, não sobrando assim, tempo nem energia para fazer aquilo que é realmente importante – BRINCAR.
O brincar está a cair em desuso na nossa sociedade. O enorme ênfase que é dado ao sucesso académico, económico e profissional, leva a que seja difícil para os pais descartar a ideia de que brincar é uma perda de tempo, quando brincar é um assunto muito sério, pois deverá constituir-se como a principal atividade das crianças.
É imprescindível para o normal crescimento dos seus filhos que estes tenham a possibilidade de ter um verdadeiro tempo livre, um tempo para brincar que não seja monopolizado pelos adultos, um tempo para descobrir, explorar, conhecer, porque brincar é isso e muito mais. Brincar permite o desenvolvimento do auto conhecimento, o conhecimento do mundo físico e social, bem como, o desenvolvimento da comunicação, não podendo, por isso, ser considerada uma atividade supérflua, inútil e desnecessária. Agora, atenção, brincar não é estar frente à T.V. ou a jogar jogos no computador, isso não conta. Brincar é interação, movimento, criatividade e imaginação.
É preciso lutar pelo direito de brincar das nossas crianças, como atividade vital para o seu desenvolvimento. É preciso brincar, brincar e brincar….